Alguns pacientes, por motivo de dor no membro inferior (Entorse, Fratura, Pós-Operatório, etc…), ou por motivo de alteração motoras (paraparesia, hemiplegia) são obrigados a utilizar dispositivos auxiliares da marcha. Um dos dispositivos auxiliares mais usado é a muleta. Basicamente uma muleta deve ser capaz de fazer duas coisas pelos nossos pacientes que passaram por uma artroplastia de joelho ou quadril:

(1) Reduzir a descarga de peso sobre um dos membros inferiores.
(2) Ampliar a base de apoio para aumentar o equilíbrio e oferecer estabilidade ao paciente.

É importante notar que uma base de apoio alargada também auxilia no deslocamento e fornece informações sensoriais através das mãos. De modo geral, o uso de muletas se faz necessário para pessoas com dores na perna ou no pé, lesão, fraqueza muscular ou marcha instável. Além destas indicações óbvias, o uso de muletas possibilita assumir a posição ortostática, auxiliando na circulação, na função renal e pulmonar, ajuda na prevenção da osteoporose por fornecer estímulo mecânico (compressivo) aos ossos. Em crianças, a descarga de peso também estimula a epífise de crescimento.

Existem basicamente 2 modelos de muletas: A axilar e a canadense.
Muleta Axilar: Os modelos em geral possibilitam o ajuste do comprimento total e também ao ajuste do apoio da mão. Em ortostatismo estático, o ponto mais alto da muleta, deve situar-se 2 a 3 dedos abaixo da axila até um ponto cerca de 15-20cm afastado lateralmente do seu pé. As mãos devem estar posicionadas de tal forma que permitam uma flexão de cotovelo de cerca de 30º. È importante frisar que não se deve apoiar as axilas na muleta durante a marcha, a força toda deve acontecer no cotovelo e punho, sob o risco do paciente compreender de onde vem o adágio popular: “sofre mais do que suvaco de aleijado”.
Muleta Canadense: Mais uma vez, o posicionamento deve permitir uma flexão de cerca de 30º, a muleta deve tocar no solo cerca de 5-10 cm para fora e cerca de 15cm a frente do pé.
Estudos mostram que o punho recebe de 1 a 3 vezes o peso do corpo durante a fase de balanço da marcha com muletas.

Para o uso seguro de muletas, algumas regras de vem ser seguidas:

  • Nunca apóie o peso nas axilas, use os punhos.
  • Quando parado, posicione as muletas à frente.
  • Quando andar, não tente andar rápido demais ou dar passos muito compridos.
  • Quando descer escadas, posicione as muletas no degrau abaixo, então desça o degrau com a perna não afetada.
  • Quando subir escadas, suba com a perna boa primeiro, só então traga as muletas e a perna afetada para cima.
  • Converse com o cirurgião ortopedista a respeito da qualidade do osso, sobre intercorrências durante a cirurgia, se a prótese foi cimentada ou não (próteses não cimentadas exigem descarga parcial de peso enquanto as não cimentadas o paciente pode descarregar o peso conforme tolerância).

FONTE: http://fisioterapiahumberto.blogspot.com.br/2008/12/treino-de-marcha-nas-artroplastias-de.html

 

— 6 de dezembro de 2015
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